segunda-feira, 19 de julho de 2010

Risos e Lágrimas

Uma lágrima sentida
Dos meus olhos corre agora.
Chora a alma dorida...
E feliz também se chora!

Triste - neste dia feliz,
Sorrindo minha alma chora,
Eu daria a vida inteira,
Para estar consigo agora.

Um misto de sentimentos,
Neste dia - e porquê?
É porque ausente choro,
A saudade de você!

Esse poema foi meu esposo que escreveu, no dia do meu aniversário
24/05/59.

Lamento

Quisera que a dor que vem da alma,
Me largasse,
Que a lágrima secasse,
Que a distância não existisse...
Que o amor me exaltasse,
Que eu não mais chorasse,
Depois que tu partisses.

Mas, em vão espero que um milagre,
Me arrebate ou me maltrate...
Que me açoite
Ou que me mate,
Fazendo de minha vida esse dilema,
Que me devassa a alma,
Sem que eu trema,
Que me tira a luz dos olhos,
Sem que eu gema.

Na supremacia dessa luta,
Que travo com o destino,
Eu quisera ter a alma de um menino,
Que nem chora, nem sofre e nem vacila,
Porque a dor maior não assimila
E faz da vida apenas diversão.
Porque em sua alma pequenina,
Só rege alegria, fantazia e emoção.


LYARA HAY

Essa poesia foi escrita em 15/07/96

O Dom

Na inocência dos teus olhos,
Eu vi o teu dom de escrever.
Mas no primeiro empecilho,
Tu já quiseste morrer.
Não soubeste competir,
Por que não sabes perder.

A luta pelo sucesso,
Tem que cedo começar.
Não é no primeiro fracasso,
Que a gente deve chorar.
Deite aqui no meu regaço,
Por hoje, eu vou te afagar.

Vou enxugar tuas lágrimas,
Pra ver-te de novo sorrir.
Quero ver a tua alma,
Pensando em um belo porvir,
Pra quando estiveres bem calma,
Novamente competir.


LYARA HAY

Fiz esse pequeno poema, em homenagem
à uma garota de quinze aninhos que chorou
por não ter ganho um prêmio por sua poesia.
Mas, na minha opinião ela já nasceu poetisa.

sábado, 17 de julho de 2010

Choro da Terra

Neste planeta imenso, cheio de florestas,
Em que a vida deveria ser eterna festa,
Minha alma consegue ainda ser criança.
Ter o conforto que trás uma esperança,
Sentir-se alegre como alguém cantando uma seresta.

Porém, eu sei que é tudo utopia,
Porque a Terra chora de tristeza,
Pedindo socorro à humanidade.
Pois ela espera a morte na verdade.

Ajoelhada, ela pede ao céu que a purifique...
Que a liberte dos grilhões da escravdão,
Que o homem impôs à ela sem limites
E que por mais que ela grite,
Não chega a nenhuma solução
E é tão fácil...
Basta a nossa determinação,
Em acabar com toda a violência...
Pois já se esgotou a nossa paciência.

Nosso planeta está sendo depredado.
Todos os direitos são violados.
Até a vida está ficando sem sentido...
De valores o mundo está despido.

Nosso destino está nas mãos da humanidade,
Que se não tomar consciência de verdade,
Do caos, para o qual estamos caminhando,
A passos largos a terra destroçando,
Pois, já não há o que possa ser mudado.

Se não agirmos com força e com destreza,
Acabaremos num mar de lágrimas com certeza.

E é dessa maneira,
Que tudo se encerra,
Misturando nossas lágrimas,
Com as lágrimas da Terra.


LYARA HAY

Fiz esse poema, pensando em tudo o que estamos
fazendo com nosso PLANETA.
Precisamos acordar enquanto há tempo...se não...

O Sonho

Na hora em que as cortinas se fecham lentamente,
a noite vai descendo silenciosamente.
Os olhos cerro e durmo em meu quentinho leito,
sonho por mil mundos, passeio satisfeita.
Ainda ontem, bem me lembro,
sonhei que entrei numa cidade e que cidade linda!
Pena é não ser verdade.
As ruas todas eram de pão-de-ló calçadas,
de rapadura as casas,
os muros de queijada.
A catedral enorme era de goiabada,
com um sino e duas torres,
todos de marmelada.
Na biblioteca tinha só livros de biju,
mesas de queijo suíço,
cadeiras de sagu.
Empadas descobertas serviam de canteiros,
por flores tinham dentro os camarões inteiros.
Chovia cajuada,
groselha e capilé,
em lamas de groselha eu escorregava o pé.
E eu comendo sempre,
comendo sem parar,
quando a mamãe me veio de súbito acordar.
Vocês façam idéia como fiquei zangada,
tinha um pudim de creme apenas principiado!


Poesia de Breno Vieira

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A FLOR

A semente germinada,
Desabrochou, virou flor.
Ficou linda e foi amada,
Mas, sonhou com seu amor.

Enquanto os anos passavam,
Seu carinho ela escondia.
Os seus beijinhos guardava,
Pra dar todos neste dia.

Hoje ela está nas nuvens,
Carregada de emoção.
Há muito ela tem você,
No fundo do coração.

Ah! Como estão brilhando,
Aqueles olhinhos azuis.
O coração palpitando,
Agradecendo JESUS.
Por ter agora encontrado,
O PAI, qu é seu raio de luz!


LYARA HAY

Dedicado à ARIANE, no dia em que se encontrou com o pai, pela
primeira vez. Tinha nove anos de idade.
05/05/1990

Primeiro filho

Você nasceu pequenina,
Fruto de um grande amor.
Esperei homem, nasceu menina,
Mas eu a amei com ardor.

Você cresceu tão bonita,
Cheia de encanto e sadia.
A sua vóz pititita,
Tinha som de malodia.

Nunca tive ricos presentes,
Pra poder lhe ofertar.
Os seus olhinhos contentes,
Só desejavam sonhar.

Você cresceu tão meiguinha,
Com um enorme coração.
Frágil como uma florzinha,
Valente como um leão.

Enfrentou as agruras da vida,
Tempestades e furacões.
A tudo venceu destemida,
Valorizou suas ações.
A amo tanto querida!
Adoro ser sua mãe!!!


LYARA HAY


Dedico esse poema à minha filha Denise.

sábado, 3 de julho de 2010

INFÂNCIA

No berço em que adormecido,
Repousa um recem nascido,
Sob a cortina e o véu.
Parece que representa,
Para a mamãe que o acalenta,
Um pedacinho do céu.

Que júbilo quando um dia,
A criança principia,
Aos tombos engatinhar.
Quando agarrada as cadeiras,
Agita-se horas inteiras,
Não sabendo caminhar..

Depois a andar já começa
E pelos móveis tropeça,
Quer correr...vacila e cai.
Depois a boca entreabrindo...
Vai pouco a pouco sorrindo,
Dizendo Mamãe , Papai.

Vai crescendo forte e bela.
Corre a casa a tagarela.
Tudo escuta, tudo vê.
Fica esperta e inteligente
E dão-lhe então de presente,
A cartilha do A B C.


Auto: OLAVO BILAC
Essa poesia foi declamada por minha irmã,
Teresinha Izabel Leal, em 1952, no Grupo Escolar Vieira Morais.

LYARA HAY