Sonhei que
do velho oceano,
soprava uma brisa,
com jeito de sonho
e gosto de sal.
No meio da brisa
voavam gaivotas.
Seus ágeis volteios
faziam no azul,
do céu quase puro
uns traços de giz.
Uns traços em curvas
tão belos à vista,
de quem lá da praia,
olhasse a paisagem,
que mais pareciam
de telas cubistas
os alvos retoques,
que um vago PICASSO,
acaso pintasse.
Foi nesse momento
de intensa poesia,
que ví teu cabelo
desfeito voar,
Em bela desordem,
em doido atropelo
atrás dessa brisa,
que veio do mar.
Olhei-te...eras linda!
Teus olhos diziam,
Não queres um beijo?
Não queres amar?
A areia da praia
(Malvada, pesada!)
Tolhia-me os passos
que a ti levariam,
meu corpo,
meus lábios,
meu beijo,
meus sonhos,
meu pobre desejo
de apenas te amar.
Passaste e fiquei
perdido na tarde.
A brisa ainda trouxe
uns retos de tí.
O vago perfume,
a simples ternura,
a sombra do dia,
o raro minuto,
de intensa poesia.
O céu já perdera
um pouco do azul
e as lindas gaivotas,
não mais se avistavam
aladas estrelas
sequiosas de espaço,
buscavam distâncias
em novos azuis.
Seguiam a brisa,
deixando para trás
a tarde pintada
com traços de giz.
A tarde mais terna
de todas as tardes,
efêmera e eterna
tão triste e feliz.
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