Naquela época eu devia ter uns seis ou sete anos de idade.
Adorava ficar a noite na janela do meu quarto admirando as estrelas. Como são lindas eu pensava! Como seria bom ser uma delas!
Ser apenas um pequeno ponto luminoso, piscando e brilhando naquele céu escuro...
Mentalmente, me transportava para a imensidão do espaço sideral. indo fazer parte do Cruzeiro do Sul.
Eu ainda não entendia bem, o que acontecia comigo. Hoje sei que entrava em alfa e fazia com facilidade a viagem astral.
Meu corpo astral, ia para onde quisesse. Voava nas alturas, no meio das nuvens...imaginava as pessoas daqui da Terra, me vendo com inveja, desejando ser uma estrela também.
Era maravilhoso fazer parte do firmamento. Eu só não sabia ainda, que também sou parte do universo. Sim,
por que cada homem é um universo em miniatura, no qual moléculas rodopiam ao redor de um sol ao centro.
Descobri isso bem mais tarde, quando me tornei adulta.
Lembro-me agora, quando cursava a quarta série do primário e minha professora, desenhou na lousa. as estrelas em formação de cruz... (decolei) . Me identifiquei numa delas.
Naquele momento, me senti uma estrela... Tive a nítida impressão, de que a classe inteira olhava para mim.
Foi indescritível aquela sensação. Jamais pude esquecê-la.
Saí do meu corpo físico muitas outras vezes, mas nunca mais com a leveza da infância.
Hoje tento e não consigo. E não atino com o que seja...
Será que são as preocupações, os afazeres e a luta pela vida?
Ou tudo não passou de meros sonhos de criança???
Maria José - (Lyara Hay) - 14/10/12.
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